sábado, 20 de março de 2010

A Máscara - Parte II: Una Serpente Con La Pelle Di Donna


Passaste por mim e nem te vi. Falaste-me, contaste-me histórias, mostraste-te sem te deixar olhar. Ergues-te altiva, uma víbora pronta a atacar. Quem se esconde por trás da máscara? O que escondes atrás da máscara?

Esses pequenos olhos hipnóticos são o teu toque invisível. Ao longe o gelo não queima e no calor do momento mantens o sangue frio. A tua cabeça é a última a deixar-se conquistar e respiras as feromonas da erva do diabo. O que te fizeram a ti farás ao próximo, escondendo as escamas em pele de mulher. Atrás dessa máscara estás segura?

Perderás a pensar que ganhas. És perfeita, sem dúvida, mas sem mim és só tu. Vendes-te barata e fá-los pagar caro... como é fraudulento o câmbio em sexo. Atrás dessa máscara és feliz?

Estás sozinha no presente, olhando para o passado, enquanto o futuro passa diante de ti. Enquanto eu passei por ti. Levar-te-ia para Ixtlan e, ao invés, escolhes o caminho das facilidades. Sabendo que te trará a desgraça. Em viagem demoníaca embarcaste? Que mundo vês atrás da máscara?

Ela nunca poderá ser como tu, mas escolheste-a para te dar. Ela é ouro e diamantes, deixando-te no breu para me encadear. Ela é uma barreira de titânio, forte demais para eu quebrar. Com ela és uma marca impossível de apagar, um preço demasiado alto para pagar. Nela vês o oceano numa gota de água, uma sede que não posso nunca saciar.

O torpor do corpo ganhou perante o estupro da alma. Neste tabuleiro humano, o peso dessa máscara deixa-te jogar, sabendo tu o terror de sonhar mais alto, que é cair naquela casa.

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