sábado, 30 de outubro de 2010

Encostado às Cordas...


Mesmo assim não desistirei de uma luta que tu sabes que nunca irei ganhar,
Contínuo, incessável e urgente, assim é tudo o que a ti me faz amar.

Não sei mais parar, nem ainda assim, alimentar o que nos une de separados que estamos...
Foste o mais árido dos desertos ou o mais vasto dos oceanos,
Perdi-me em ti, sabias?

Sonhei com esses dias, vendo-te feliz, leal e permanente,
Por momentos partilhei-os contigo, sem medo, numa alegria inocente.
Mas, há uma maré nos assuntos do Homem...

De onde deriva tanto a minha desgraça como a fortuna, levando-te para um além,
Desaparecendo e voltando na rebentação, em desdém,

É tão mais fácil cair no sono quando estás a sonhar comigo,
Talvez por isso nunca tenha verdadeiramente adormecido.
Como será acordar contigo?

Eu, pedindo abrigo numa terra sem história,
Tu, um mar sem memória,
Que forte é esta ilusão...

Sem ritmo ou afinação, uma bela e um senão:
Abre os olhos! Eles não me verão.