terça-feira, 2 de março de 2010

21/115


Às vezes parece que tudo na nossa vida se resume a números, quantitativos universais, que projectam as nossas ambições ou decepções para estados de satisfação ou descontentamento. Esses também, desejavelmente, calculáveis. Procuras assim evoluir? Ter mais? Ser mais?

O que significa este algoritmo? É ele a expressão de alguma coisa? Porque não me sai da cabeça? Será que com a sua inabilidade para se exprimir quantitativamente, a sua memória é uma efemeridade? Ou permanecerá intocável no mistério que encerra?

Não consigo calcular-te ou ignorar-te, racionalmente. Estou satisfeito? Descontente? Não, claro que não. Quero conhecer-te. Sentir-te decifrada nessa expressão. Sem romances pueris, sem promessas exponencialmente impossíveis. Não vou insultar a tua inteligência. Não serias tu sem ela.

Nesta antítese me confesso, sobre este paradoxo emocional, te peço compreensão. 21/115... te declaro, epíteto de calor e vento, promessas não ditas, mas pensadas, do cimo de uma ponte de ferro, em que andarei, sentado para nunca voltar só.

21/115, descobri-te numa simples equação, em que os números não significam nada. Mas, se quiseres te digo, que dois mais um fazem o número perfeito e que um mais um são dois, pelo que sem a tua perfeição ficaremos sempre aquém de todo esse potencial. Faz sentido?

Claro que sim, se não pensares em números, em unidades, distâncias ou volumes. Tirando isso, o resto somos tu e eu. Nem um nem dois, só “nós”, num egoísmo partilhado em que terei sempre o que quero... para te dar.

Afinal, vês? Nem tudo na vida se resume ao que conseguimos guardar no bolso...

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