Os céus caem e o sonho desfaz-se,
sou hoje tão vazio como tu,
não há outra face.
Sós,Cavalgámos o trovão,
enquanto o tempo nos libertou,
tão breve como um relâmpago.
carregamosEstas linhas que te encontrarão e
mostram o símbolo da tua traição.
aQualquer sombra de penitência verei um embuste,
próprio da tua esquálida natureza.
CruzDa ironia de nascer para perder,
o pior é saber que tudo assim continuará,
o sangue torna-se agora electricidade,
e isto o meu túmulo branco de Agra.
1 comentário:
Não sei se partilham a mesma opinião, mas todas as pessoas a quem mostrei este texto acharam-no muito negro e negativo.
A mim não me parece. Veja-se:
Verticalmente diz "sós carregamos a cruz". A imagem é de um poste de alta tensão que parece uma cruz.
Na última estrofe diz que o sangue se torna electricidade, o sangue é energia para as pessoas como a electricidade para máquinas. As máquinas são vazias de emoções.
Em grande parte das relações (num casamento por ex)que duram anos, vai-se perdendo emoção, ficando vazio. O que significa trair o amor que se jurou.
Essas pessoas que ficam juntas apesar de não sentirem nada, acabam por sozinhas carregar a memória desse amor como uma cruz.
O túmulo branco de Agra é o Taj Mahal, uma obra erigida por amor, ainda que póstumo. Uma cruz que foi carregada e se tornou em algo de grande significado e beleza.
A lógica deste texto é a mesma e por isso se chama Deus ex Machina (traduzido Deus saído da Máquina).
Podia continuar, mas o essencial está aqui.
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