E se eu esperei para postar isto por aqui. Resumindo e baralhando, o vocalista dos Staind virou-se para a onda country (e parece que afinal sempre foi essa a praia dele). O resultado saiu antecipadamente no EP Town Line e os convertidos aguardaram a promessa. Este Novembro sai The Road e o que dizer? É uma espécie de guilty pleasure ou é mesmo bom? Como qualquer lançamento recente e diferente, é preciso mergulhar e retirar da música o que dela queríamos em primeiro lugar. Um álbum não inteiramente honesto, pois parece ter demasiado polimento para o registo cru que evoca, mas devoto e simples. Ultimamente tem andado em alta rotação, embora saiba escolher quatro ou cinco canções que realmente fazem a diferença. Destaco The Road, Lessons Learned, Anywhere But Here e Endless Summer (ou Grandaddy's Gun). Ainda assim, vale a pena saborear um pouco de Americana e só passado algum tempo é que a sombra da Carrie Underwood começa a pairar.
sexta-feira, 30 de novembro de 2012
quarta-feira, 28 de novembro de 2012
2:00
Aquela hora da noite em que o sentimento está tão à flor da pele e as palavras demasiado fundo para sair.
sábado, 24 de novembro de 2012
Os Olhos do Sul: IV - Alianças Indignas
As "férias" com Willard e Nicholas tiveram o seu final abrupto quando o burburinho na cidade lhes chegou aos ouvidos. Algures na Paróquia de St. Landry, Bayou Teche, Louisianna pode ler-se no cartaz, fixado com uma faca na porta da Igreja: "Descobriram-te. Não tens por onde fugir. Encontramos-nos na ponte velha amanhã à meia-noite. PS: vem sozinho. Ass. U.S. Marshalls". Abaixo, constava a sua fotografia carimbada de "PROCURADO". Não faria sentido não comparecer e chegada a hora haveria de lá estar.
"Nem olhes para mim. Olha para aqui se quiseres andar à porrada e
vais perder, digo-te já. Fala o que tens a falar e cada um de nós segue o
seu caminho." rematou Kurt, sem pejo. Não se calou e lançou o dedo encriminador: "Há dias que mais vale deixar as cartas cair... Tens falhas na
organização, adianto-te. Bem os vestes como homens, mas nem o cabedal
nem as correntes lhes dão tomates de ferro, ou pensas que o miúdo não
falou? Sei de tudo. Fica só uma dúvida: mandas alguma coisa ou queres
mandar?"
"A
conversa acaba aqui. Não sei quem julgas ser para desafiares a
autoridade como tens feito desde do Texas, mas vais-te por a direito a
partir daqui. Nem que tenha de te amarrar à última cadeira na última
cidadezinha do Alabama, vais-me entregar o Comanche!" Hawkes, continuou subindo o tom. "Vim para te vir buscar, meu parvalhão. Se queres tornar isto num
concurso de bocas bem podes ficar a falar, enquanto te caem em cima. Ou
pensas que estou aqui sozinho?!"
Como quatro vértices de um quadrado, as motas acenderam os seus faróis e iluminaram a ponte. Cercados, os dois homens baixaram a cabeça e levantaram os braços. No chão, várias sombras se moviam como fantasmas na água, diante de Kurt. Do que conseguiu descortinar, o mesmo se passava nas costas do Sargento Hawkes. O passeio na luz foi subitamente interrompido por dois tiros vindos da penumbra.
Kurt Stone
continua a disparar. As balas voam directas ao alvo, tal e qual tinha
aprendido no bayou: trazer os alvos para a linha de visão e não o
contrário; focar os olhos na mira frontal e apontar ao centro do alvo,
de modo a ver duas miras frontais e o alvo desfocado; para tiro
certeiro, mudar o foco várias vezes entre a mira e o alvo até estar
satisfeito; para tiro rápido, baixar a mira traseira em relação à
frontal e apontar ligeiramente abaixo no alvo, de modo a obter um
encaixe mais eficaz em conjunto com o ritmo da arma. As farpas saltam
dos pilares de madeira da ponte coberta.
Pouco antes do disparo seguinte reduzir uma das motos a uma pira incandescente nessa noite sem luar, Kurt colou-se à parede e furtivamente se colocou atrás do seu carrasco. Poucas execuções são visíveis no clarão de um disparo, mas a explosão de osso, miolos e sangue foi ofuscante como o fogo em si.
Ainda o corpo do primeiro não tinha tremido o chão e Hawkes rodava sobre si próprio descarregando o tambor na última sombra de pé. O impacto dos projecteis ensurdeceu a escuridão e o repetidor calou o silêncio em ritmo tão certo como as batidas do coração. Era um dos motards, indistinguível no meio do breu. Kurt havia-se ocultado, encostando-se à parede e permitindo o embuste.
Todos caíram, excepto os dois
pistoleiros. "Acho que vamos ter de resolver isto à maneira antiga..."
A cápsula voa e sai-lhe lentamente do ângulo de visão. Segue-se o fumo
branco e o cheiro a pólvora. O revólver encravou. O marshall, sendo um
homem experiente em lidar com armas, sabia que teria sido do
sobreaquecimento: O cilindro de aço inoxidável expande com o calor, e
não é possível premir o gatilho, aliás todas as peças parecem estar
soldadas. Mal teve tempo de segurar na arma de apoio que foi atingida em cheio, caindo à sua frente. Estava desarmado.
Um breve momento de tensão iluminou o olhar dos dois homens enquanto se quedavam impassíveis. A arma jazia a cerca de dois metros e não fosse a idade, Hawkes só precisava de uma distracção para se lançar jogando a sua cartada.
Do outro lado, Kurt queria a resposta às suas perguntas e bem lhe custava finar um marshall dos Estados Unidos sem estar completamente satisfeito com a escolha.
Um ruído estridente o suficiente ou um flash de luz bastariam para voltar a situação a favor da autoridade. Os segundos passavam e a mandíbula não ficaria hirta durante muito mais tempo, o tremor das pernas seria aparente e o medo mataria-o antes que qualquer bala o pudesse fazer.
O fugitivo parecia ter a vantagem e não a iria perder, só o tempo se interpunha entre ele e o sucesso. Quanto mais esperasse, mais o adversário ganharia confiança para fazer Deus sabe o quê.
Kurt pressionou lentamente o gatilho até metade, tão vagarosamente que nem a experiência de Hawkes o deixou arriscar qualquer acção, tal era a iminência da morte - estava hipnotizado pelo cano da arma, sem que nada acontecesse, haveria sequer aviso? Contou um, dois... era agora - Como uma cascavel, de súbito removeu o dedo e deu dois passos para a frente, apoderando-se da pistola caída. O doce triunfo humilhante era todo seu e o velho ajoelhou-se em resignação. O calor da noite estava cada vez mais frio.
"Os amigos escondidos no mato. A pontaria certeira. O pensar fulminante e as pernas ágeis. Ganhaste mesmo antes de teres pisado este chão. Que queres mais?"
"Entre goles de óleo, o Tommy Crow espirrou o teu nome. Bem, na verdade foi qualquer coisa como Elrod, mas eu percebi a ligação. Portanto, a minha pergunta é: Porque diabo andas tu a tentar caçar um elefante quando nem sequer consegues apanhar o rato nas tuas costas? És só estúpido ou estás mesmo com eles?"
"Digo o quê agora? Posso dizer tudo. Na verdade, quero é que te ..das..."
"Vais ser morto com a tua arma, no meio do bando que nunca conseguiste erradicar e dentro de um dia ou dois apanham o chibo na tua equipa, enquanto o Comanche se ri. Não tens a ponta de orgulho?!"
"Diabos me fo...! Acho que vamos ter de chegar a uma espécie de acordo..." sorriu Thomas Hawkes maliciosamente, enquanto Stone baixava as armas.
Os Olhos do Sul: Intervalo (III - IV)
- "Existem homens naturalmente maus, pai? O Kurt é um deles?"
- "Não, Nicholas. Há homens que vivem para a sua missão, aquela que Deus lhes deu. Nós temos a sorte de estar em constante comunhão com o que Ele pretende para nós. O Kurt precisa de tempo para crescer aos olhos de Deus."
- "...e o nosso trabalho é ajudar?"
- "É sim, filho. Os homens vêm a nós por ajuda, não por clemência divina, porque para isso vão à cidade, a uma das outras casas de Deus. Nós conhecemos tanto o pecador como o pecado."
- "Foi por isso que o ensinaste a disparar?"
- "Foi por isso que também te ensinei a ti."
- "Nós vamos estar naquela ponte com ele, não é?"
- "Lá perto, o que for preciso para equilibrar as forças."
- "Não, Nicholas. Há homens que vivem para a sua missão, aquela que Deus lhes deu. Nós temos a sorte de estar em constante comunhão com o que Ele pretende para nós. O Kurt precisa de tempo para crescer aos olhos de Deus."
- "...e o nosso trabalho é ajudar?"
- "É sim, filho. Os homens vêm a nós por ajuda, não por clemência divina, porque para isso vão à cidade, a uma das outras casas de Deus. Nós conhecemos tanto o pecador como o pecado."
- "Foi por isso que o ensinaste a disparar?"
- "Foi por isso que também te ensinei a ti."
- "Nós vamos estar naquela ponte com ele, não é?"
- "Lá perto, o que for preciso para equilibrar as forças."
quarta-feira, 21 de novembro de 2012
segunda-feira, 19 de novembro de 2012
Led Zeppelin - Celebration Day (2012)
O que há para dizer que já não tenha sido dito ou que eu não tenha dito. A melhor banda rock de todos os tempos, sai da reforma para um último (?) concerto. 10 de Dezembro de 2007, foi a noite de todos os sonhos.
Com o filho do seu baterista original a assumir o "trono" do pai, apresentam-se a uma geração que não os conheceu. Até agora só dava para imaginar, se tudo antes afirmado e exultado sobre aqueles músicos seria ou não verdade. Excluindo dois ou três biscates, nunca antes tinham assumido a importância de trazer o nome ao escrutínio público. Podendo dizer: "Estes somos nós".
27 anos depois, voltam a ensaiar, a entregar-se à comunhão musical e ao seu Olimpo no mundo da música. Duas horas e tal depois, não há absolutos. O seu público mudou e o novo é capaz de descortinar uma ínfima fracção da glória e harmonia do trabalho daqueles homens. São dinossauros, ainda que, nunca ultrapassados. Lendas vivas encarregues, por duas horas, de carregar o peso do mito.
O misticismo está todo lá e o trabalho também. O brilhantismo, a alegria e a sorte de poder voltar a ser maior que a vida estão reunidos neste lançamento. Versões inéditas, versões definitivas e versões alternativas farão as delicias dos que já conhecem, apesar da "obrigação" de comprar todo e qualquer lançamento da banda. Hoje, em alta definição, é sem sombra de dúvida a data mais importante do ano em termos culturais.
Os tempos áureos não voltam, mas a ilusão pode ser tão real...
PS: por razões de fidelidade não irei postar link para o mp3. Zeppelin não é banda para esse formato.
Pensa Rápido: Eutanásia
É uma "voltinha" como dizem? Pode ser!
- Há dois anos, Julijonas Urbonas (candidato a PhD do Royal College Of Art de Londres) desenvolveu, com base na sua experiência a trabalhar num parque de diversões, um modelo de montanha-russa temática. O tema era "uma morte divertida", a concretizar em 7 loops, cujas forças gravitacionais retiram o oxigénio do cérebro e matam o passageiro.
- A acontecer, quantos candidatos a Presidente dos E.U.A. diriam que, com ele nos comandos fazendo marcha atrás, ressuscitava o Elvis?
- Há dois anos, Julijonas Urbonas (candidato a PhD do Royal College Of Art de Londres) desenvolveu, com base na sua experiência a trabalhar num parque de diversões, um modelo de montanha-russa temática. O tema era "uma morte divertida", a concretizar em 7 loops, cujas forças gravitacionais retiram o oxigénio do cérebro e matam o passageiro.
- A acontecer, quantos candidatos a Presidente dos E.U.A. diriam que, com ele nos comandos fazendo marcha atrás, ressuscitava o Elvis?
quinta-feira, 15 de novembro de 2012
Popalavras #3
Não, não foi desta que usei a Taras e Manias. O desapontamento é grande, mas estamos só a começar a tocar naqueles temas quentes ou, à moda de Almada, a "éxperimentár novás sensáções, Dáma". É verdade. Quanto mais me bates mais gosto de ti.
Parece que os aficionados do BDSM (Bondage, Disciplina; Dominio e Submissão; Sadismo e Masoquismo) andam bem indignados com o conteúdo do livro "As 50 sombras de Grey". Depois de voltarem a ler a frase duas vezes, repitam comigo: Mesmo?!
Nem iria brincar com algo tão sério... É verdade. Diz aqui.
Agora que estamos esclarecidos venham as dúvidas. Quem? Onde? Quando? Como? Porquê?
1.º - Quem? Praticantes da modalidade, pois claro e Professores que leccionam cursos de fetichismo sexual em Universidades acreditadas para o efeito. Isso existe?! Mais uma vez as respostas geram mais perguntas. O melhor é passar a tratar estas pessoas como Doidinhos Não-Certificados (DNC), por forma a simplificar.
2.º - Onde? Califórnia. Toda a gente sabe que os malucos vêm de lá e sendo os DNC uma sub-espécie, não poderiam andar longe. No entanto, diz-se que a moda está a fazer furor na Grã-Bretanha, o que interpreto como uma corrente revivalista dos Swinging 60's e decerto não durará. Aguardo com expectativa a chegada da moda a países como a Bélgica, por forma a alargar os limites (etários...) da diversão aos mais novos.
3.º - Quando? Pelos vistos, os DNC apenas se pronunciaram sobre a existência de tamanho contributo literário no mês passado. Ainda assim, calculo que devam ter ido logo a correr buscar o último volume, mas não quero generalizar. O artigo onde li isto só saiu o mês passado. A Verdade? Cada um sabe de si, acusem-se.
4.º - Como? O livro está a fazer um sucesso descomunal na população feminina e há cada vez mais donas de casa a "exigir" aos maridos que se actualizem: "Não quiseste comprar a Bimbi, agora vais ter de ler aquilo e reaprender a ser tarado". A corroborar essa afirmação, relembro o caso de uma senhora e seu marido cujo divórcio foi exigido pela primeira, fundamentando-se na falta de razoabilidade desse, ao recusar-se a reproduzir as peripécias sexuais descritas no folhetim.
5.º - Porquê? Ultrapassado o choque inicial será que conseguimos compreender a indignação dos DNC? (Espero não revelar partes importantes da história) Ora, os senhores e senhoras praticantes do BDSM acham que a autora retrata estas práticas e comportamentos sexuais desviantes como sendo doentios. Não é nada disso, dizem eles. Podemos suspirar de alívio: Não há coisa mais segura e divertida do que levar umas palmadas de vez em quando, enquanto, que a relação entre os personagens é abusiva, emocionalmente insegura e insana. É quase insultuoso: Na realidade, dentro dos círculos profundos do BDSM, as pessoas negoceiam e assinam contratos, indicando a priori quais as doidices que vão fazer, enquanto na obra de ficção todas as regras são quebradas. É verdade, dizem eles.
Detesto parecer um puritano. Não sou. Parece-me é bizarro, o sentimento paternalista destas pessoas em relação à popularidade e influência da "obra" no comum dos mortais. No fim, são mesmo as vendas do livro que me espantam (e aos sadomasoquistas também).
quarta-feira, 14 de novembro de 2012
Pensa rápido: Greve
Hoje é dia de greve geral.
Duas coisas se assomam à ideia:
- Os manifestantes da linha da frente têm cara de quem quer emprego e medidas de incentivo à economia;
- Existem hoje 38 contratos no âmbito da indústria da exploração mineira. Mais, muitos mais dos que existiam antes da crise. A riqueza mineral portuguesa está estimada em dois PIBs e outras indústrias irão reaparecer.
A indignação e/ou desespero daqueles a lutar nas ruas pelo seu
modo de vida não conhece esta situação. Não a vai conhecer.
Tenho para mim que há uma revolução silenciosa a ocorrer neste momento.
No ruído que se faz ouvir, fica a sensação de que por muito barulho que façam e mesmo que tudo mude, é para tudo ficar na mesma. (Giuseppe Tomasi di Lampedusa).
No ruído que se faz ouvir, fica a sensação de que por muito barulho que façam e mesmo que tudo mude, é para tudo ficar na mesma. (Giuseppe Tomasi di Lampedusa).
terça-feira, 13 de novembro de 2012
Joanne Shaw Taylor - Almost Always Never (2012)
Preparem-se para um portento musical! E não só, mas isso sou eu que tenho pancada com loiras. Daquelas que tocam guitarra como... aquilo... que é muito bom... brutal e coiso... Epá, este álbum é mesmo do melhor e esta senhora a rasgar é a "coisinha sexy" mais talentosa que vi nos últimos anos.
Almost Always Never é tipo cena de gaja, ainda que por dentro tenha quilómetros de blues ajazzados (isto pode-se dizer? se disse é porque pode!). Destacam-se Soul Station, Tied e Jealousy neste álbum virtuoso e intenso. Talvez se mostre pouco distante do anterior Diamonds In The Dirt, ainda que superior após várias passagens.
sábado, 10 de novembro de 2012
"Estou vivo, idota!"
Querendo atenção é só carregar nos botões certos. A auto-estrada da informação estupidifica muita gente e a imbecilidade é uma das melhores formas de desinformação.
Tão grave é mandar abaixo um blog como ostentar imagens com frases em "zuka" no Facebook. No entanto, há quem faça pior: a moda parva das mortes falsas.
Quem é que se lembra de vir anunciar a morte de alguém que está vivo?! E tão parvo é esse como aquele que difunde. É a ânsia de dar as novidades, de ser o portador da notícia (que afinal não é notícia). Agora lembrava-me de vir aqui copiar o texto da Lusa no dia em que o Michael Jackson se finou e mudar o nome para o Passos? Aparece um amigo e "compartilha". Os seus seguidores espumam de excitação e fogem para A rede social, mais não seja, para enviar condolências. A mentira alastra. Mais logo, ao fim do dia, já a pirâmide faz inveja à Herbalife.
A coisa até acaba por ganhar contornos demasiado ridículos: Ora, tendo conhecimento da brincadeira, vem o "defunto" anunciar na sua página que está vivo e bem vivo; correndo para os espaços noticiosos, seja no jornal, seja na televisão; quem não sabe da história, assiste impávido à redundância que é alguém vir a público dizer "estou vivo!". Conclusão: a imbecilidade faz notícia.
Black Country Communion - Afterglow (2012)
Para quem não conhece este supergrupo (que vergonha...) passo a apresentar: Glenn Hughes (Deep Purple), Joe Bonamassa, Derek Sherenian (Dream Theater) e Jason Bonham (Led Zeppelin). Já no terceiro, mas sem descolar da toada dos primeiros, a banda que trouxe de volta o rock clássico chegou ao fim. Nem houve direito a concerto de despedida. Sair a ganhar parece ser o lema e os músicos apresentam-se mais soltos (em especial Jason Bonham) e autênticos. Uma espécie de conjunto de "renegados" que, certamente, mereciam mais. Ouçam e rezem por uma reunião.
quinta-feira, 8 de novembro de 2012
Regras da blogosfera
Nunca subestimes a banalidade dos outros, nem sequer a tua. É fácil ser vulgar quando se quer atenção.
terça-feira, 6 de novembro de 2012
Popalavras #2
Ouço falar em dias de glória e automaticamente regrido ao liceu durante dois breves segundos. Logo de seguida volto e esbofeteio-me, de parvo que fui em dizer mal disso na altura. Numa frase: Aquela doce diversão pueril (o que significa esta palavra? Vão ao Google!). Não há como explicar e reimaginar "um dia na vida" aos 16 anos.
8:30 - Acordo com a força operária a sair de casa e durmo mais um bocado antes de fugir para a paragem de autocarro. Continuo a dormir, provavelmente vesti a roupa de ontem e não tomei banho (já lavar os dentes é obrigatório). Olho para a gorda nos dois bancos da frente e lembro-me do resto de pizza que comi ao pequeno-almoço...
9:30 - Atrasado para as aulas, meto dois dedos de conversa com o contínuo. É importante socializar com quem já viu o mundo com olhos mais maduros. Atrás de mim passam jovens delinquentes, refundindo sacos de erva nas mochilas. Não tarda até ir provar a minha "amostra" grátis... Nada como encarar o ensino de mente liberta. A primeira hora passa-se bem, até dá para bater uma sorna antes das coisas ficarem demasiado intensas.
11:30 - Começam-me a fazer perguntas e a assacar responsabilidades que interferem com o meu ego. "Não quebres o meu estado apático, velha!".
12:00 - O sol começa a aquecer e a ruiva da cadeira ao lado nem treme quando lhe passo a mão pelas pernas. "Vocês ficavam por aqui? Claro que não." Num duelo de mentes e mãos levo-a à exaustão e, finalmente lá chego à "tarte de maçã" (diz que esse filme era popular na altura, mas não vi). A última meia hora passa num instante.
13:00 - Almoço. Pizza e cola.
14:00 - Nem pensar em voltar àquela prisão fascista. Dois ou três amigos chegam a mim transtornados: Parece que existem miúdos desejosos de se ver livres de algum peso na carteira. Alguém tem de ganhar para o tabaco, certo?
16:00 - A ruiva passa por mim com um olhar guloso no caminho para casa... "Vocês ficavam por aqui? ...bem, me pareceu".
18:30 - O dia começa a abrir e volto a casa revigorado. O irmão grande acordou e deixou um saquinho de cheiros na gaveta, "É preciso perguntar outra vez?". Acção.
18:45 - A "oficial" bate à porta e atira-se a mim como qualquer janado a uma beata. "Dá e receberás" sempre foi o meu lema, isso ou "nunca pagues adiantado". Coca-cola é coisa de crianças e aquelas pernas deviam ser para maiores de 18. Só por essa passo logo lá para cima.
19:30 - Entramos na zona crítica: os senhorios podem chegar a qualquer momento. O destino lá saberá.
19:42 - Afinal o destino quis que o vizinho de baixo desse em vociferar alto e em bom som as calamidades que se passavam durante todo o dia no prédio. Há males que vêm por bem e o último grito vem mesmo a horas de se diluir por entre o barulho de fundo da vizinhança.
19:48 - Aquele olhar pós-coital... Os pais chegam. Perguntam e acusam suavemente. "Mais sério que a gente?!", contraponho, indignado. O estudo fornece o álibi e bato com a porta.
20:20 - Estou atrasado para o jantar. É dia de comer fora e o amorzinho compadece-se da injustiça com que o mundo me trata: ela paga. Pizza... e vinho. Classe.
21... - Bebi demais e esta tipa não se cala. Faz-me dizer coisas que não quero: "Não quebres o meu estado apático, p***!".
... - O irmão grande diverte-se num bar com os amigos. Eu divirto-me também. Bebemos shots e celebramos a vida.
...mais tarde - Chego a casa. Durmo. Amanhã o fim-de-semana começa à 5ª.
Que dia glorioso. Atlântico. O Boss sabe o que diz. Fico com a sensação que estamos a entrar na juventude quando ela já está a sair. Recordar estes dias não é viver... é tudo o que se pode fazer antes de perder a memória. Ou o fígado.
segunda-feira, 5 de novembro de 2012
Rival Sons - Head Down (2012)
Só me dá vontade de dizer para pararem de ler, clicarem no link e ouvirem este disco fantástico. Que grande passo em frente foi dado por estes senhores. Composto por adultos comportando-se como adolescentes, desde Keep On Swinging até à magnum opus Manifest Destiny Pt.1 a música toma-nos de assalto e não faz prisioneiros. Não que o final seja fraco, mas depois daqueles oito minutos devastadores torna-se difícil encarar a ...Pt.2 e True com o mesmo entusiasmo. Talvez seja de mim, vá... Resumindo: já não é só Zeppelin e Stones, há aqui soul, personalidade e groove para dar e vender.
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